quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

3.2 Recursos hídricos.

3.2 Recursos hídricos.
Água substância de molécula composta por dois átonos de hidrogênio (H2o), constituinte fundamental da matéria viva e do meio que a condiciona. Suas propriedades químicas e físicas diferem muito das de qualquer outra substância. São elas que caracterizam a natureza do mundo em que vivemos. A água até pouco tempo era considerada um recurso natural “renovável”, abundante e “infinita”, usada e desperdiçada de forma errada, tornou-se um bem precioso, e cara para a nossa sociedade. A água foi formalmente considerada um “bem econômico”, na Conferencia Internacional sobre a água e o Meio Ambiente, ocorrida em janeiro de 1992, na Irlanda, bem como no capítulo 18 da Agenda 21.
Sendo a água considerada um bem “mineral” importante.  A gestão desse Bem Comum, social e estratégico, indispensável à vida, deve ser tratada pelo governo e sociedade com a mais alta prioridade. O uso múltiplo e integrado das águas bem como a minimização dos impactos ambientais decorrentes, é um objetivo que deve ser constantemente perseguido. A conservação dos recursos hídricos está ligada ao seu uso pela sociedade. A água, como tantos outros recursos que existe na natureza, é vista como estando à disposição, para atender às necessidades da sociedade humana. A crescente utilização, (exploração) desse recurso faz-se perceber a necessidade de controle desse bem, para que assegure a sua disponibilidade futura. Há uma necessidade de mudança de atitude na utilização desse recurso. Trata-se, pois de Consciência Ambiental. O controle advém da necessidade constatada do fim desse recurso, pois, a poluição e envenenamento afetam a qualidade e o desperdício afeta a quantidade.
A proteção qualitativa e quantitativa da água é um dos problemas mais sérios, pois a falta deste líquido ou o mau aproveitamento dos recursos existentes, ligados a um aumento populacional, representam uma ameaça a sua sobrevivência, tendo em vista que a atividade humana vem causando nos últimos anos um grande impacto ambiental nos ecossistemas aquáticos.
O uso correto e planejado dos recursos hídricos favorece a vida do homem e de todas as espécies vivas do Planeta, mas o desperdício e o uso ilimitado desse recurso natural transgridem a lei da natureza e afeta o próprio homem. A grande quantidade de habitantes na terra também afeta e provoca a falta de água.           A população mundial em 1950, era de 2,5 bilhões e no ano 2005 o número passou para mais de seis bilhões e os recursos hídricos não são suficientes para a população. Segundo pesquisadores, a água que o planeta dispõe, só é suficiente para 20 anos, já que a maior parte da água não pode ser consumida e somente 1% do líquido é potável; 2% estão solidificadas em geleiras e icebergs; e 90% dela correspondem à água de oceanos e mares. Dados comprovam que 1,3 bilhões de pessoas, já têm escassez de água potável.
“Tales de Mileto, um filosofo grego, acreditava que a água era o princípio de todas as coisas. Tales tinha razão à água é um elemento presente em todos os seres vivos da Terra” (apud RADESPIEL, 2004). 
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o consumo da água aumentou seis vezes mais nos últimos 70 anos e se nada for feito em 2025, dois bilhões e 700 milhões de pessoas estarão sem água até mesmo para beber. A poluição ambiental tornou-se um dos principais problemas de degradação ambiental detectou-se que aproximadamente 80% das enfermidades sejam contraídas por água contaminada, outro fator prejudicial é o desperdício nas residências.
Uma das principais destruições desse líquido tão precioso é o desmatamento desenfreado dos locais onde se localizam as nascentes, a destruição das matas ciliares nos leitos dos rios e também o avanço agrícola.
De acordo com a ONU, no século 20 o uso da água cresceu duas vezes mais que a população. A situação é tão preocupante que há quem preveja uma guerra mundial originada por disputa em torno desse líquido. Para não se chegar a esse ponto, a saída é poupar – e o esforço tem de ser coletivo “são questões de comportamentos e atitudes que se encerram no centro da crise” diz o relatório da ONU sobre a água no mundo (...). Em âmbito mundial, a ONU determinou o período entre 2005 e 2015 como década internacional da água pela vida (...) (REVISTA NOVA ESCOLA, p. 50, jun./jul. 2004).
A água é um recurso natural indispensável para vida e o homem sempre precisou dela para sua sobrevivência. A maioria das cidades se originou próximas a redes fluviais, pois o abastecimento das residências era facilitado devido à proximidade dos rios. Um povoado vai se formando e se instala nas margens de uma fonte de água e com o passar dos anos o aumento populacional ocorre e a degradação das ribanceiras e a poluição, forçam os habitantes buscarem novos suprimentos de água pura em locais cada vez mais distantes e a desenvolver técnicas de reproduzir o fenômeno da autodepuração natural das águas, mediante a qual todos os detritos orgânicos despejados nos rios se acabem decompondo por si próprios. As águas além de servirem para o consumo, também são utilizadas para depósito de lixo e rede de esgotos. No Brasil isso não foi diferente, por ser privilegiado em termo de águas o povo usou e abusou desse recurso natural tão importante, poluindo, desperdiçando, degradando e contaminando a água, e hoje, o que temos é escassez de água, contaminação de lençóis subterrâneos e assoreamento em muitos rios brasileiros.
Percebe-se que esse recurso natural que antes era considerado um recurso abundante, infinito, está escasseando e muitas regiões brasileiras estão sendo afetadas. A água se não for bem utilizada pode deixar de existir e a sociedade precisa conscientizar e utilizar meios e práticas sustentáveis para que esse bem tão precioso não falte. O desperdício precisa ser trabalhado em cada indivíduo de modo a cada um se conscientizar da necessidade de adotar práticas sustentáveis de conservação. 
O problema de escassez da água que afeta várias regiões do Brasil vem se agravando cada vez mais, se não houver cuidados e conscientização, poderemos ficar sem ela. O Brasil possui uma das maiores redes fluviais do Planeta, é dotado de recursos hídricos, possui 46% do potencial de água doce do mundo. Com tantos recursos hídricos e bacias que banham vários estados, o Brasil não deveria se preocupar com a crise da água, pois é considerado o país das águas. Mas a situação é crítica e hoje no Brasil e no mundo cresce a convicção de que a natureza se esgota, não há possibilidade de manter o potencial de água para satisfazer as necessidades de todos, com tanto mau uso e desrespeito com o patrimônio público. Além de ser pouca água para muita gente, devido o crescimento demográfico acelerado. O Brasil sofre com essa crise, pois a destruição dos recursos naturais altera o período de chuvas nas regiões, tornando-se mais escassa e produzindo diversos problemas para a sociedade. Os rios secam e falta água para a produção na lavoura e para os animais. A maior concentração de água pura do Brasil encontra-se na Bacia Amazônica e esta não chega a todas as regiões. Há crises em várias cidades. 
Com a crescente urbanização e industrialização observa-se uma degradação da qualidade das águas, especialmente da água doce. No Brasil 90% dos esgotos domésticos e 70% dos esgotos industriais são lançados nas águas dos rios e dos lagos sem nenhum tratamento ficando impróprios para o consumo, a degradação dos recursos hídricos também estão ligados ao desmatamento, às queimadas e pela irrigação da agricultura que além de poluir com agrotóxicos ainda provocam um grande desperdício. Os esgotos industriais e domésticos, além de resíduos agrícolas vêm saturando a capacidade de autodepuração dos rios e das águas que tornam se depósitos de nitratos-fosfatos, agrotóxicos, metais pesados e outras substâncias tóxicas, transportados pela erosão dos solos. Essa poluição acaba desaguando no mar, que ainda recebe lixo tóxico e vazamento de petróleo. Quanto a água dos lençóis freáticos, ficam cada vez menos potáveis. Os agrotóxicos, esgotos e vazamentos de gasolina, além de outros produtos tóxicos lançados no solo, provocam cada vez mais sua contaminação. Uma vez poluídos os lençóis subterrâneos ficam contaminados por muito tempo, já que não contém microorganismos para degradação e a circulação da água se dá muito lentamente. A poluição das águas seja por ação bacteriológica, decorrente do contato com dejetos humanos, seja por ação química, decorrente de substâncias nocivas nos cursos de água é um dos grandes problemas atuais. No caso dos ecossistemas aquáticos, as maiores ameaças são poluentes de origem orgânica produzidos tanto pelos dejetos domiciliares quanto pelas indústrias e, ainda, o fósforo, presente em produtos como os detergentes. Em contato com o nitrogênio, o fósforo estimula o crescimento de enormes quantidades de bactérias azul-esverdeadas. O processo, que deixa as águas de rios e represas verdes, provoca a perda de oxigênio e a conseqüente mortandade de peixes. Despejado sem tratamento em rios e córregos, ou muitas vezes deixado a céu aberto, o lixo contamina as águas da superfície e subterrâneas. A impermeabilização desordenada do solo é um dos motivos do aumento no número de enchentes e inundações. Transformadas em verdadeiras ilhas de concreto, com poucas áreas verdes preservadas, as cidades sofrem ainda com a elevação da temperatura e com a poluição sonora e visual. Isso preocupa cada vez mais os governos, ONGs e ambientalistas, que têm-se dedicado a elaborar programas de preservação e desenvolvimento sustentável específicos para as grandes cidades e conglomerados urbanos. Outro fator que afeta o curso das águas é o desmatamento. O solo fica desprotegido e quando chove, a água da chuva carrega para os rios parte do solo nu, com seus nutrientes. Os solos ficam pobres e os rios assoreados.
Para Leite (2001) o desmatamento causa:
Diminuição da quantidade de água dos rios, porque aumenta a evaporação da água e diminui sua infiltração no solo; Empobrecimento do solo, que fica desprotegido e perde a camada mais fértil; desaparecimento de plantas e animais que viviam na mata; aumento das pragas na lavoura, porque, sem a mata, os pássaros e outros animais que comiam os insetos vão embora (...) Quando se retira a cobertura vegetal do solo, a água da chuva atinge diretamente o solo sem atenuadores de impacto, causando sua compactação e o escoamento superficial da água, que corre rapidamente para as regiões de topografia mais baixa, produzindo inundações em baixadas e enchendo rapidamente o nível de água dos rios.
A poluição dos rios e enseadas já é detectada em várias cidades do Brasil. Falta água para a agricultura, o gado sofre com a contaminação das águas que no Brasil quintuplicou nos últimos 10 anos, segundo o relatório O Estado Real das Águas no Brasil (2003-2004). O problema na maior parte dos rios é o desmatamento, degradação de matas ciliares, erosão e/ou deslizamento de encostas e expansão da agricultura ou pecuária.
Uma vez modificado o solo, para cultivo ou por desmatamento, tem início a erosão, processo que "rouba" entre 500 milhões e um bilhão de toneladas de solo por ano. O arraste de partículas constituintes do solo se dá pela ação da chuva, além da própria erosão geológica ou normal, que nivela a superfície terrestre. As regiões mais atingidas pela erosão estão no cerrado brasileiro, com a ocorrência de voçorocas, processo de erosão que assume grandes proporções. Com o solo, a erosão arrasta nutrientes, matéria orgânica, sementes e defensivos agrícolas, que, além de prejuízos econômicos da ordem de 13 bilhões de dólares anuais, poluem os recursos hídricos.
Segundo dados do IBGE (2002), “inundações, deslizamentos de encostas, secas e erosão são os desastres mais comuns no Brasil: 41% das cidades do País foram atingidas por pelo menos um deles e 47% sofreram prejuízos na agricultura, pecuária ou pesca, devido a problemas ambientais”.
O desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos deve atender as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de gerações futuras. A água não pode ser desperdiçada, pois, apesar, de o planeta terra possuir ¾ de água, ela está mal distribuída,  em  algumas regiões tem muita água outras quase não têm. É preciso mais que conscientização é preciso ação por parte de todos, pois a água é um importante nutriente para todos os seres vivos, ela é indispensável à vida e sem a água nenhuma comunidade poderia subsistir. Surge, pois, a necessidade de cuidar do respectivo abastecimento, consumo moderado e respeito, tendo em vista a sua continuidade para futuras gerações.
Os ambientalistas não se cansam de chamar atenção dos governantes e principalmente da opinião pública para o descaso com que as gerações atuais tratam à água e que a poluição ameaça a vida de todos os seres que habitam o planeta Terra.
Os rios que servem de abastecimento para os seres vivos sofrem com a descarga contínua de dejetos industriais, fertilizantes, defensivos agrícolas e outros, todo esse material orgânico e inorgânico produz um substância que reduz a quantidade de oxigênio na água, possibilitando o desenvolvimento de bactérias prejudiciais aos peixes, à saúde humana e outros organismos, haja vista que esses resíduos que são lançados nos rios e mares são altamente tóxicos.
Os defensivos agrícolas, especialmente os inseticidas são muito poluidores, entretanto, quando doses elevadas são acumuladas nesses organismos, eles podem chegar até o homem na forma de alimentos contaminados.
 Os mares podem sofrer ainda a contaminação pelo petróleo e seus derivados por esse tipo de poluição, dentre as substâncias mais poluidoras da água têm também os metais pesados, como o chumbo e o mercúrio; a sua presença de mercúrio é o mais grave por diversos motivos inclusive porque causa grandes prejuízos à saúde das populações, a estocagem de lixo pode comprometer seriamente as reservas de água das cidades, uma vez que esses resíduos são levados pelas águas das chuvas para os rios, ou as substâncias tóxicas podem se infiltrar nos corpos de água. O problema pode piorar, já que a quantidade de lixo tende a crescer na mesma proporção da necessidade de água de boa qualidade, o saneamento básico de uma cidade consiste, por um lado, em recolher os resíduos líquidos e sólidos dando-lhes um destino adequado, e, por outro, em oferecer água livre de impurezas para a população, cerca de 30% do que colocamos no lixo pode virar matéria-prima, as vantagens são: a conservação, a preservação ambiental, A economia com a reciclagem e também sobrariam 240 milhões de kWh de energia elétrica. Temos hábitos adquiridos que precisam ser repensados e mudar nossas ações para ajudar a natureza e garantir a própria vida. Outra grande vantagem do processo de reciclagem é que gastamos menos água e energia com a fabricação de produtos a partir da matéria-prima natural, além de economizar também os recursos naturais, reduzindo o desperdício e consumindo apenas o necessário.
Precisamos urgentemente mudar a nossa forma de agir e pensar no dia-a-dia, sobre a preservação e conservação da água, adotando novos hábitos e atitudes para salvar o nosso planeta e todas as espécies que nele vivem, pois sabemos que a água é fonte de vida e todas as espécies dependem dela.
O mau uso da água traz infinitos transtornos em todos os setores do ambiente e a biodiversidade sofre todas as conseqüências desse efeito. O uso racional dos recursos hídricos assegura a atual e as futuras gerações à necessária qualidade da água.
Segundo Almanaque Abril 2005, um dos grandes problemas ambientais do mundo contemporâneo é a chuva, neve ou neblina com alta concentração de ácidos em sua composição. Com denominação genérica de chuva ácida, sua origem são os óxidos de nitrogênio (NOx) e o dióxido de enxofre (SO2), liberados na atmosfera durante a queima de combustíveis fósseis (principalmente o carvão mineral). Esses compostos reagem com o vapor de água presente na atmosfera, formando o ácido nítrico (HNO3) e o ácido sulfúrico (H2SO4), que depois se precipitam. Até os anos 1990, os EUA eram os principais responsáveis pelo fenômeno, quando são superados pelos países da Ásia. Altamente dependentes de carvão, essas nações lançam na atmosfera cerca de 34 milhões de toneladas de SO2 ao ano. E os números devem triplicar até 2010, especialmente por causa da acelerada industrialização da China, da Índia, da Coréia do Sul e da Tailândia. Danos ambientais – Ao retornar à superfície, carregados pela chuva, neve ou neblina, os ácidos alteram as características do solo e da água, o que compromete lavouras, florestas e a vida aquática. Também danificam edifícios e monumentos históricos. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) estima que cerca de 35% dos ecossistemas europeus se encontram degradados pela chuva ácida. Esse tipo de poluição tem causado incidentes internacionais, porque os efeitos da atividade industrial de um país podem manifestar-se em uma nação vizinha. É o caso, por exemplo, de pontos da fronteira entre os EUA, grandes emissores de gases poluentes, e o Canadá, que recebe a chuva ácida em virtude da movimentação atmosférica. O problema pode ser evitado ou ao menos minimizado com fontes alternativas de energia ou com o uso de carvão com menor teor de enxofre.
Portanto, a poluição do ar afeta diretamente o ciclo da água na natureza, e o que se produz em determinado país, automaticamente afeta todo o Planeta. Portanto, todos os países devem se inserir e atuar na questão ambiental, promovendo educação para todos e desenvolvimento sustentável, com o não lançamento de poluentes na atmosfera, pois isso afeta a qualidade de vida de todos.  

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